TUMORES CARDÍACOS PRIMÁRIOS: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E CLÍNICA

Resumo

Os tumores cardíacos primários são neoplasias raras que se originam no próprio tecido cardíaco, diferenciando-se dos tumores metastáticos que se espalham para o coração a partir de outros órgãos. Embora sua incidência seja baixa em comparação com outras formas de câncer, a compreensão dessas condições é essencial, devido aos desafios diagnósticos e terapêuticos que apresentam. Esses tumores podem ser benignos ou malignos, e sua apresentação clínica varia amplamente, desde assintomática até sintomas relacionados à obstrução de fluxo sanguíneo, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca e fenômenos embólicos. A natureza heterogênea dessas neoplasias complica o diagnóstico, muitas vezes exigindo uma combinação de exames de imagem, como ecocardiografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética cardíaca, além de biópsia quando possível. A classificação histológica dos tumores cardíacos primários abrange uma variedade de tipos, incluindo mixomas, lipomas, fibromas, rabdomiomas, entre outros, cada um com características distintas de origem celular e comportamento biológico. A abordagem terapêutica depende do tipo de tumor, sua localização, seu tamanho e sua extensão, assim como do estado clínico do paciente. Em muitos casos, a remoção cirúrgica é considerada o tratamento padrão, mas outras modalidades, como radioterapia, quimioterapia e terapias alvo, podem ser empregadas em casos selecionados. A pesquisa contínua visa aprimorar a compreensão dos mecanismos moleculares subjacentes ao desenvolvimento desses tumores, além da identificação de biomarcadores prognósticos e terapêuticos. A colaboração multidisciplinar entre cardiologistas, oncologistas, cirurgiões cardiovasculares e patologistas também é essencial para garantir abordagens de diagnóstico e tratamento individualizadas e abrangentes.