AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA: UMA ABORDAGEM DAS DIRETRIZES 2024 DA AMERICAN HEART ASSOCIATION
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2024479p829Palavras-chave:
Cardiomiopatia hipertrófica, Doenças genéticas, Insuficiência cardíaca, Arritmias cardíacas, EcocardiografiaResumo
A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma doença genética caracterizada pelo espessamento anormal do músculo cardíaco, especialmente do ventrículo esquerdo, sem uma causa subjacente óbvia, como hipertensão ou doença valvar. Este espessamento pode obstruir o fluxo sanguíneo, causar disfunção diastólica e levar a arritmias potencialmente fatais. A CMH é uma das principais causas de morte súbita em jovens, incluindo atletas. Seus sintomas variam e podem incluir falta de ar, dor no peito, palpitações, tontura e síncope. Em muitos casos, a doença pode ser assintomática e descoberta durante exames de rotina. O diagnóstico é geralmente feito por meio de ecocardiografia e pode ser complementado por ressonância magnética cardíaca. Testes genéticos também são importantes, pois identificam mutações em genes que codificam proteínas do sarcômero, o que ajuda a confirmar o diagnóstico e a rastrear familiares de pacientes afetados. O manejo da CMH inclui tanto estratégias farmacológicas quanto não farmacológicas. Medicamentos como betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio são usados para aliviar os sintomas, enquanto novos tratamentos, como os inibidores da miosina, estão sendo estudados para melhorar a função cardíaca. Em casos de obstrução severa ou sintomas refratários ao tratamento medicamentoso, procedimentos invasivos podem ser necessários. Além disso, dispositivos são recomendados para pacientes com alto risco de arritmias malignas. As diretrizes de 2024 da American Heart Association (AHA) contam com várias atualizações importantes. O manejo clínico é centrado na estratificação de risco e no tratamento personalizado. A avaliação de risco para morte súbita cardíaca foi aprimorada com novos algoritmos que incluem fatores como a presença de fibrose miocárdica extensa e histórico familiar de morte súbita. A AHA também destaca a importância do acompanhamento multidisciplinar e da educação do paciente, enfatizando a necessidade de um plano de tratamento individualizado que considere as comorbidades e preferências dos pacientes. Essas diretrizes visam melhorar a qualidade de vida e reduzir a mortalidade associada à cardiomiopatia hipertrófica.