DIÁLOGO COM AS INTERFACES DE O MENINO MALUQUINHO, DE ZIRALDO: ENTRE LITERATURA, ESTÉTICA E SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2024554p179Palavras-chave:
Infância, Literatura infantil, Sociologia da infância, Estética, LinguagemResumo
A obra O menino maluquinho, de Ziraldo, um clássico da Literatura Infanto-Juvenil brasileira, com mais de 40 anos de sucesso entre os leitores, desde sua primeira publicação, sugere, pela qualidade reconhecida, um campo de reflexões relativas à literatura, estética, sociologia da infância, dentre outras interfaces, que se inscrevem nos estudos sobre educação, apresentando rompimentos com a normatividade disciplinadora, incentivando a criatividade, liberdade e autonomia da criança. A obra de Ziraldo (1980) dialoga com seu leitor, no sentido de lhe conferir protagonismo social, sobretudo ao construir uma personagem que espelha a grandeza das meninices, traquinagens, invencionices, e em grande medida se aproxima do que Corsaro (2011) denominou reprodução interpretativa. Ao se discutirem questões literárias, tais como enredo, argumento, diegese, inerentes à produção analisada, verificam-se os nexos que mantêm com conceitos estéticos tais como a mimesis aristotélica, ou mesmo as linhas de força que atuam sobre o objeto artístico, na concepção deleuzeana, e que, de modo instigante, coincidem com as proposições das culturas da infância, nos termos da sociologia contemporânea, em especial as formas de resistência ao governo adulto. O presente artigo busca sublinhar tais conexões teóricas, eminentemente lúdicas e poéticas, de modo a contribuir para os estudos de linguagem, sobretudo pelo que a personagem de Ziraldo representa para a leitura e o deleite das crianças.