LIDERANÇA E RACISMO NAS EMPRESAS CEARENSES: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2024554p329Palavras-chave:
Racismo, Diversidade, Liderança, Discriminação, Empresas CearensesResumo
O racismo estrutural ainda afeta a representatividade de profissionais negros em cargos de liderança no Brasil, especificamente nas empresas do Ceará. Apesar de avanços legais e normativos, como a Constituição Federal de 1988 e leis específicas como a Lei nº 12.288/2010, que visam combater a discriminação racial, a desigualdade persiste. A pesquisa realizada com 31 empresas associadas à ABRHCE revela que a representatividade de líderes negros varia conforme a estrutura jurídica e o porte das empresas. Empresas ltda. não familiares têm a maior porcentagem de liderança negra (14,7%), enquanto empresas S/A apresentam apenas 0,7%. Pequenas empresas (até 100 funcionários) também mostram maior representatividade (14,3%), contrastando com grandes empresas (acima de 5.000 funcionários), que têm apenas 1,3%. O setor industrial lidera na representatividade de negros em cargos de liderança (15%). A maioria dos profissionais negros possui ensino superior completo, indicando que a baixa representatividade não se deve à qualificação, mas a fatores estruturais e culturais. Essas descobertas destacam a necessidade de políticas empresariais mais robustas e adaptáveis para promover a diversidade e a inclusão de maneira eficaz em todos os setores e tamanhos de empresas.