O PAPEL DO PSICÓLOGO NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE CUIDADOS PALIATIVOS NO CONTEXTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Autores

  • Camila Victoria Neres Ferreira Centro universitário de Rio Preto
  • Taciane Roberta De Matos Massoneto Centro Universitário de Rio Preto
  • Thais Alves Costa UNIRP
  • Tiago Moreno Lopes Roberto UNIRP

DOI:

https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025790p29

Palavras-chave:

Saúde Mental, Equipe Multidisciplinar, Cuidados Paliativos

Resumo

O trabalho do psicólogo nos cuidados paliativos é fundamental, atuando na promoção da qualidade de vida e bem-estar emocional do paciente e de seus familiares (Guimarães, 2010; Pereira & Reis, 2007). A presença do psicólogo é crucial na escuta ativa e empática, tanto para o paciente quanto para seus familiares, ajudando na aceitação da doença, no enfrentamento do luto e na comunicação com a equipe multidisciplinar. O avanço da medicina e o envelhecimento da população têm levado a um aumento de doenças crônicas, reforçando a necessidade de práticas de cuidados paliativos humanizadas e integradas (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, 2008). Os cuidados paliativos buscam proporcionar conforto e dignidade ao paciente, reconhecendo sua totalidade como ser humano. O psicólogo desempenha um papel central na equipe, contribuindo com seus conhecimentos sobre emoções, comportamentos e dinâmicas familiares, enriquecendo o planejamento e a execução de intervenções voltadas para o alívio do sofrimento e o fortalecimento dos laços familiares (MELO, VALERO e MENEZES, 2013). O objetivo deste trabalho é compreender o papel do psicólogo na equipe de cuidados paliativos, evidenciando suas práticas, desafios e contribuições específicas para o processo do enfrentamento da doença e o suporte aos pacientes e familiares no contexto do SUS. O presente estudo é uma revisão bibliográfica que aborda o papel do psicólogo em cuidados paliativos. Foram analisados artigos científicos, dissertações e pesquisas de campo em contextos hospitalares, unidades de cuidados paliativos e atenção domiciliar para compreender a atuação do psicólogo na prática multidisciplinar e sua interação com outras áreas da saúde. A análise incluiu reflexões sobre a prática do psicólogo e suas intervenções junto a pacientes em fase terminal, bem como suas contribuições para a equipe multiprofissional.                                                                             

Ferreira et al. (2011) evidenciam a necessidade de uma abordagem centrada no paciente, na qual o psicólogo contribui para a comunicação efetiva entre o paciente, seus familiares e a equipe de saúde. Além disso, aponta que há escassez de trabalhos que abordam especificamente a atuação do psicólogo em cuidados paliativos, ressaltando a importância de mais estudos sobre o tema. Langaro (2017) aponta que a atuação do psicólogo em cuidados paliativos é fundamental para promover a qualidade de vida do paciente e fornecer suporte emocional aos familiares. O psicólogo auxilia no enfrentamento da doença, melhora a comunicação entre a equipe multidisciplinar e promove a autonomia e dignidade do paciente. Essa atuação conjunta com outros profissionais possibilita um cuidado mais abrangente, centrado no paciente e respeitando suas necessidades e desejos. A atuação do psicólogo em cuidados paliativos envolve a avaliação e minimização do sofrimento emocional dos pacientes e familiares, facilitando a comunicação, trabalhando a aceitação da morte como um processo natural e promovendo a autonomia do paciente. Estudos destacam que o psicólogo deve manter equilíbrio nas relações com outros profissionais e encontrar formas de comunicação que permitam a troca de conhecimentos (MELO et al., 2013). Silva et al. (2022) enfatizam que o psicólogo atua como facilitador de comunicação e promotor da qualidade de vida, auxiliando na compreensão do adoecimento e na construção de significados sobre a experiência da doença e da morte. O artigo destaca ainda que a educação permanente dos profissionais é fundamental para aprimorar a prática em cuidados paliativos, reforçando a necessidade de políticas de saúde que incluam a formação continuada em cuidados paliativos para psicólogos e outros profissionais de saúde. Pozzada, Santos e Santos (2022) analisam as percepções e experiências dos psicólogos que atuam em cuidados paliativos no SUS, identificando desafios como a ausência de formação específica e a complexidade emocional ao lidar com pacientes e familiares. O estudo ressalta a importância da construção de sentido, do apoio emocional e da escuta ativa e empática no trabalho do psicólogo. Também destaca que a atuação em equipe é essencial para garantir um cuidado integral e humanizado. O trabalho do psicólogo é crucial para compreender as vivências do adoecimento, ajudando o paciente a encontrar sentido e aceitar a finitude. Suas intervenções buscam oferecer conforto e dignidade, respeitando os desejos e necessidades do paciente, promovendo a qualidade de vida e o alívio do sofrimento, contribuindo também para um luto mais saudável (Souza, 2023).                             

Souza (2023) afirma que os desafios enfrentados pelo psicólogo nos cuidados paliativos incluem lidar com o estigma da morte, a falta de formação especializada e a necessidade de trabalhar em equipe com outros profissionais da saúde. A educação permanente e o trabalho em equipe têm se mostrado estratégias eficazes para superar esses desafios, proporcionando um cuidado mais integral e humanizado ao paciente em cuidados paliativos. A abordagem do psicólogo inclui oferecer suporte emocional, facilitar a comunicação entre o paciente, a família e a equipe de saúde, e promover a aceitação da doença e da terminalidade da vida. Além disso, o psicólogo auxilia na elaboração de estratégias para o enfrentamento do luto antecipatório e na mediação de conflitos familiares, contribuindo para um processo de despedida mais tranquilo e consciente (LANGARO, 2017). Os dados evidenciam a importância do psicólogo na equipe multidisciplinar de cuidados paliativos, garantindo a autonomia do paciente e promovendo uma comunicação direta entre as partes. O psicólogo utiliza escuta ativa e empática para assegurar um cuidado baseado nos valores culturais e espirituais do doente. Além disso, é fundamental que o psicólogo desenvolva habilidades como comunicação clara, observação e bom relacionamento interpessoal. O compromisso com o aprimoramento profissional e a pesquisa também é necessário para melhorar a área e formar novos profissionais comprometidos com o bem-estar do paciente e seus familiares. O papel do psicólogo nos cuidados paliativos é fundamental para proporcionar um atendimento integral, humanizado e centrado no paciente e em sua família. A presença do psicólogo na equipe multidisciplinar contribui significativamente para a melhoria da qualidade de vida, do enfrentamento do processo de adoecimento e da preparação para a terminalidade. A escuta ativa, a empatia e a capacidade de mediar conflitos e facilitar a comunicação tornam o psicólogo uma peça essencial no contexto dos cuidados paliativos no SUS.

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Publicado

2025-04-21

Como Citar

Ferreira, C. V. N. ., Massoneto, T. R. D. M. ., Costa, T. A., & Roberto, T. M. L. . (2025). O PAPEL DO PSICÓLOGO NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE CUIDADOS PALIATIVOS NO CONTEXTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS). Epitaya E-Books, 1(99), 29-32. https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025790p29

Edição

Seção

Resumo

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