OS DESAFIOS DO PROFESSOR ACOMPANHANTE NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA

Resumo

O presente artigo explora o papel do professor acompanhante na educação infantil, com enfoque na inclusão de crianças com deficiência no ambiente escolar regular. A partir de uma abordagem qualitativa e exploratória, busca-se compreender as funções e desafios enfrentados por esses profissionais e a relação de suas práticas com as diretrizes da Lei Brasileira de Inclusão (LBI, Lei nº 13.146/2015) e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O estudo investiga como a formação inicial e continuada pode preparar adequadamente o professor acompanhante para atuar de forma eficaz na construção de uma educação verdadeiramente inclusiva, assegurando o acesso, a permanência e o desenvolvimento integral de alunos com necessidades educacionais especiais. Além disso, a pesquisa aponta que, embora os avanços nas políticas públicas de educação inclusiva tenham criado uma base normativa sólida, ainda persistem lacunas significativas na implementação prática dessas diretrizes. O papel do professor acompanhante transcende o suporte pedagógico, abrangendo também aspectos relacionados à socialização, autonomia e inclusão plena do aluno. A análise teórica se baseia em autores como Mantoan (2003), Mittler (2000) e Pacheco (2007), bem como na Declaração de Salamanca (1994), que enfatiza a necessidade de atender à diversidade no ensino. No entanto, os desafios observados incluem desde a formação inadequada e a falta de clareza nas atribuições do professor acompanhante até dificuldades em colaborar efetivamente com os professores regulares. Para além desses desafios, fatores como a infraestrutura precária das escolas e a ausência de estratégias claras para mediar o relacionamento com as famílias dos alunos contribuem para um cenário em que a inclusão frequentemente se torna mais um ideal do que uma realidade concreta. Ao discutir a BNCC (2018), o artigo destaca sua abordagem integradora, que promove uma visão holística da aprendizagem e estabelece metas claras para atender a todos os estudantes. No entanto, a implementação dessas metas exige mudanças sistêmicas, desde investimentos em tecnologias assistivas e adaptações curriculares até a promoção de uma cultura escolar inclusiva. A pesquisa conclui que, para garantir uma inclusão eficaz, é essencial investir em formação continuada e em políticas públicas mais robustas que articulem diretamente as necessidades da prática escolar com os marcos legais e as diretrizes educacionais. Assim, espera-se que este estudo contribua para reflexões sobre a formação e o reconhecimento do professor acompanhante como um agente indispensável no processo de construção de uma educação inclusiva e democrática.