IMPACTO DA HOSPITALIZAÇÃO PROLONGADA NA SAÚDE MENTAL DO INDIVÍDUO
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025790p69Palavras-chave:
Hospitalização prolongada, Saúde mental, Psicologia Hospitalar, Transtornos psicológicosResumo
No Brasil, a hospitalização prolongada tem se tornado cada vez mais frequente devido ao aumento da expectativa de vida e à prevalência de doenças crônicas. Estudos indicam que 33% dos pacientes que passaram por internação na UTI apresentam sintomas de ansiedade e depressão, enquanto 19% desenvolvem transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Além disso, 82,5% dos pacientes hospitalizados demonstram sinais de estresse psicológico, com 69,2% manifestando sintomas emocionais, como angústia e medo. O impacto psicológico da internação prolongada ainda recebe pouca atenção das políticas públicas, e muitos pacientes não recebem suporte adequado durante e após a hospitalização. A presente pesquisa teve como objetivo analisar os efeitos da hospitalização prolongada na saúde mental dos indivíduos. A pesquisa foi conduzida por meio de bases de dados acadêmicas, como SciELO, PePSIC e Google Scholar. As palavras-chave utilizadas foram "hospitalização prolongada" AND "saúde mental". A combinação desses descritores permitiu a identificação de estudos diretamente relacionados ao tema. Os critérios para a seleção dos artigos foram baseados na pertinência e relevância dos dados apresentados sobre os impactos psicológicos da internação prolongada. Foram considerados apenas artigos publicados nos últimos 15 anos, garantindo, assim, a atualização e contemporaneidade das informações. Em relação aos transtornos psicológicos, crianças hospitalizadas frequentemente sofrem regressão comportamental, choro excessivo e dificuldades emocionais devido à separação dos pais e ao ambiente hospitalar, enquanto adultos e idosos relatam sentimentos de invalidez, perda de autonomia e medo da reincidência da doença. A ausência de suporte familiar adequado pode agravar a situação, intensificando o isolamento e a sensação de desamparo. Em contrapartida, indivíduos que permanecem inseridos em redes de apoio e recebem acompanhamento psicológico multiprofissional apresentam menor incidência de transtornos mentais e melhor adesão ao tratamento. Os achados da pesquisa indicam que estratégias como terapia breve, suporte psicológico multiprofissional e reabilitação precoce são eficazes para minimizar impactos emocionais. A literatura revisada evidencia um quadro preocupante e reforça a necessidade de políticas públicas voltadas ao suporte psicológico hospitalar, garantindo um ambiente de internação mais humanizado e menos traumático.