HIPERTENSÃO RESISTENTE: COMO SUPERAR OS DESAFIOS NO CONTROLE DA PRESSÃO
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025820p263Palavras-chave:
Hipertensão resistente, Controle da pressão arterial, Anti-hipertensivos, Denervação simpática renal, Estilo de vidaResumo
A hipertensão resistente é definida como a pressão arterial que permanece acima dos valores-alvo apesar do uso de, pelo menos, três classes de medicamentos anti-hipertensivos, incluindo um diurético. Essa condição aumenta o risco cardiovascular e exige estratégias terapêuticas diferenciadas para otimizar o controle da pressão arterial. O manejo da hipertensão resistente inicia-se pela avaliação de fatores contribuintes, como adesão inadequada ao tratamento, ingestão excessiva de sódio, uso de substâncias hipertensivas (anti-inflamatórios, descongestionantes, álcool, entre outros) e a presença de hipertensão secundária, especialmente hiperaldosteronismo primário, apneia obstrutiva do sono e doença renal crônica. A terapia farmacológica para hipertensão resistente deve incluir a combinação de inibidores do sistema renina-angiotensina (iECA ou BRA), bloqueadores dos canais de cálcio e diuréticos tiazídicos, com ajuste para diuréticos de alça em casos de disfunção renal. O antagonismo da aldosterona com espironolactona ou eplerenona demonstrou eficácia adicional no controle pressórico. Betabloqueadores, alfa-bloqueadores e vasodilatadores podem ser indicados conforme o perfil do paciente. A terapia não farmacológica é essencial e inclui redução do peso, ingestão controlada de sódio e aumento da atividade física. Estudos demonstram que mudanças no estilo de vida podem melhorar significativamente a resposta ao tratamento medicamentoso. Nos casos em que o tratamento convencional não é suficiente, abordagens invasivas podem ser consideradas. A denervação renal, que utiliza cateteres de radiofrequência ou ultrassom para interromper a atividade simpática renal, tem mostrado resultados promissores na redução da pressão arterial, embora seu papel na prática clínica ainda esteja sendo consolidado. Outra estratégia é a estimulação elétrica do barorreflexo carotídeo, que modula a resposta autonômica para reduzir a pressão arterial. O manejo da hipertensão resistente exige uma abordagem multidisciplinar e individualizada, considerando as comorbidades do paciente. Novas terapias e combinações de medicamentos continuam sendo investigadas para otimizar o tratamento e reduzir complicações cardiovasculares associadas à condição.

