TERAPIA DE ABLAÇÃO PARA TAQUICARDIA VENTRICULAR: INDICAÇÕES, TÉCNICAS E RESULTADOS
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p201Palavras-chave:
Taquicardia ventricular, Ablação por cateter, Eletrofisiologia cardíaca, Arritmias cardíacas, Mapeamento cardíacoResumo
A ablação por cateter tem se consolidado como uma terapia eficaz no manejo de arritmias ventriculares, sobretudo em pacientes com taquicardia ventricular sustentada (TVS) associada à cardiopatia estrutural ou em casos refratários à farmacoterapia. Com o avanço das tecnologias de mapeamento eletroanatômico e a introdução de cateteres com melhor desempenho térmico, os resultados clínicos têm se tornado mais favoráveis, tanto em termos de controle da arritmia quanto na redução de hospitalizações e mortalidade. A abordagem da ablação varia conforme o substrato anatômico e eletrofisiológico da arritmia. Em pacientes com infarto prévio, por exemplo, a TVS frequentemente se origina de áreas de cicatriz miocárdica, sendo necessário o mapeamento detalhado dessas regiões para identificar e eliminar os canais de condução lenta. Já em miocardiopatias não isquêmicas, a distribuição heterogênea do substrato arritmogênico demanda estratégias mais complexas, frequentemente incluindo mapeamento epicárdico. A seleção adequada dos pacientes é essencial para o sucesso do procedimento. Fatores como classe funcional da insuficiência cardíaca, presença de dispositivo implantável (CDI), resposta à terapia medicamentosa e risco de recorrência devem ser considerados. Além disso, a ablação pode ser indicada como terapia adjuvante em pacientes com múltiplas intervenções do CDI por TVS ou em casos de TV incessante. Apesar dos avanços, o procedimento ainda envolve riscos, como lesão coronariana, tamponamento cardíaco e complicações vasculares. Por isso, a realização em centros especializados, com equipe experiente e suporte multidisciplinar, é imprescindível. Estudos recentes continuam a demonstrar o impacto positivo da ablação na qualidade de vida e na sobrevida de pacientes selecionados, reforçando seu papel como opção terapêutica de destaque no arsenal da eletrofisiologia cardíaca.

