CARDIOTOXICIDADE DAS TERAPIAS ANTINEOPLÁSICAS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA PRÁTICA CARDIOLÓGICA

Autores

  • Claudina Mendes Horevicht
  • Angelo Alencar Mello
  • Elen Silveira Yaginuma
  • Gabriela Bonilha Nogueira
  • José Roberto Britto Lopes
  • Luis Henrique Silveira Moreira
  • Pablo Cezar Carvalho
  • Steffany Carmo Royer
  • Anderson Augusto Mesquita de Oliveira
  • Andressa Braga Barros

DOI:

https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p229

Palavras-chave:

Neoplasias, Cardiopatias, Cardiotoxicidade, Quimioterapia antineoplásica, Cuidados cardiovasculares em oncologia

Resumo

As terapias antineoplásicas, fundamentais no tratamento de diversos tipos de câncer, têm apresentado importantes implicações na saúde cardiovascular dos pacientes oncológicos. Com o avanço dos tratamentos oncológicos, incluindo quimioterapia, radioterapia, terapias-alvo e imunoterapia, aumentou-se significativamente a sobrevida dos pacientes, ao custo, muitas vezes, de efeitos adversos cardiovasculares relevantes. A cardiotoxicidade associada a essas terapias tornou-se um desafio clínico crescente, exigindo a atenção de cardiologistas, especialmente no contexto da cardio-oncologia. As manifestações cardiovasculares variam de acordo com o tipo de agente terapêutico utilizado. Antraciclinas, por exemplo, são notoriamente associadas à disfunção ventricular esquerda e insuficiência cardíaca. Inibidores da tirosina quinase podem provocar hipertensão arterial, enquanto a imunoterapia pode desencadear miocardite, pericardite e arritmias, muitas vezes com desfechos graves. A radioterapia, particularmente quando direcionada à região torácica, pode causar doença arterial coronariana, fibrose miocárdica e valvopatias. A detecção precoce e o monitoramento contínuo da função cardiovascular são cruciais para minimizar os danos e possibilitar a continuidade segura do tratamento oncológico. Métodos como ecocardiografia com strain longitudinal global, biomarcadores cardíacos (troponina, BNP/NT-proBNP) e ressonância magnética cardíaca são ferramentas valiosas para a estratificação de risco e seguimento desses pacientes. O manejo da cardiotoxicidade envolve estratégias preventivas, como ajuste de dose, uso de agentes cardioprotetores (ex.: dexrazoxano), e, em alguns casos, a interrupção temporária ou definitiva da terapia antineoplásica. A abordagem multidisciplinar, envolvendo oncologistas e cardiologistas, é essencial para o equilíbrio entre eficácia oncológica e preservação da função cardiovascular. Assim, compreender os mecanismos de cardiotoxicidade e adotar protocolos de vigilância personalizados é fundamental para a prática clínica moderna, visando melhorar a qualidade de vida e o prognóstico de longo prazo dos pacientes oncológicos.

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Publicado

2025-06-05

Como Citar

Horevicht, C. M. ., Mello, A. A. ., Yaginuma, E. S. ., Nogueira, G. B. ., Lopes, J. R. B. ., Moreira, L. H. S. ., Carvalho, P. C. ., Royer, S. C. ., Oliveira, A. A. M. de ., & Barros, A. B. . (2025). CARDIOTOXICIDADE DAS TERAPIAS ANTINEOPLÁSICAS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA PRÁTICA CARDIOLÓGICA. Epitaya E-Books, 1(104), 229-245. https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p229

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