DOENÇAS CARDIOVASCULARES E SAÚDE DO TRABALHADOR: EVIDÊNCIAS E DESAFIOS
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p496Palavras-chave:
Saúde do trabalhador, Doenças cardiovasculares, Fatores de risco, Estresse ocupacional, Medicina do trabalhoResumo
A saúde ocupacional desempenha um papel essencial na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, incluindo as doenças cardiovasculares (DCVs), que continuam sendo a principal causa de mortalidade no mundo. Diversos fatores relacionados ao ambiente e à organização do trabalho podem contribuir significativamente para o desenvolvimento de condições cardiovasculares, como hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. Entre esses fatores, destacam-se a exposição a longas jornadas de trabalho, o estresse ocupacional, a pressão por produtividade, o trabalho em turnos e noturno, além da ausência de políticas eficazes de promoção da saúde no ambiente laboral. O estresse crônico relacionado ao trabalho, por exemplo, está diretamente associado ao aumento dos níveis de cortisol e à disfunção endotelial, mecanismos que favorecem o surgimento de hipertensão e aterosclerose. Além disso, condições psicossociais desfavoráveis, como baixa autonomia e apoio social insuficiente, agravam ainda mais os riscos à saúde cardiovascular dos trabalhadores. Ambientes laborais que não incentivam práticas saudáveis, como alimentação equilibrada, atividade física e pausas adequadas, contribuem para o sedentarismo, obesidade e tabagismo, todos reconhecidos fatores de risco para DCVs. Dessa forma, estratégias de saúde ocupacional voltadas para a promoção do bem-estar no trabalho são fundamentais. Programas de gerenciamento do estresse, ergonomia adequada, flexibilização de horários e incentivo à prática de hábitos saudáveis no ambiente corporativo têm se mostrado eficazes na redução dos riscos cardiovasculares. A integração entre a medicina do trabalho, a vigilância em saúde e a educação em saúde permite uma abordagem preventiva mais abrangente e eficaz. Conclui-se dessa forma de que há uma relação direta entre as condições de trabalho e a saúde cardiovascular dos trabalhadores. Investir em ambientes ocupacionais mais saudáveis não apenas melhora a qualidade de vida dos indivíduos, mas também reduz o absenteísmo, melhora a produtividade e contribui para a sustentabilidade dos sistemas de saúde.

