Manejo Odontológico de Paciente com Distúrbios Hepáticos
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2022410p113Palavras-chave:
fígado, doença hepática crônica induzida por substâncias e drogas, cirrose hepática, odontologia para doentes crônicosResumo
O fígado é um órgão essencial, com alto potencial de regeneração e de complexas funções. Apesar de apresentar capacidade regenerativa, não está isento de injúrias. A cirrose hepática consiste na evolução de doenças crônicas do fígado, com possibilidade de evoluir para a insuficiência hepática. A identificação e o manejo das manifestações sistêmicas e orais desses pacientes, bem como daqueles candidatos ao transplante hepático, promove importante contribuição nas taxas de sobrevida. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi determinar o manejo odontológico de pacientes hepatopatas, bem como definir as principais hepatopatias crônicas, elucidar as principais manifestações clínicas gerais e em cavidade oral e exemplificar os exames que devem ser solicitados e interpretados. Tratou-se de um estudo exploratório, com coleta de artigos nas plataformas PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), além de livre busca de estudos e de bibliografias. Após todas as etapas de refinamento, um total de 15 referências foram utilizadas. A doença hepática pode apresentar manifestações orais, que podem ser provenientes da condição sistêmica ou devido aos medicamentos utilizados para o tratamento dessa desordem. Dentre as principais manifestações orais, destacam-se: doença periodontal, lesões de cárie, hipossalivação, xerostomia, língua despapilada, infecções oportunistas, glossite atrófica, varizes linguais, petéquias palatais, hematomas e equimoses. Com relação ao paciente candidato ao transplante, protocolos odontológicos devem ser estabelecidos, o que inclui restaurações, controle de biofilme através de profilaxia e raspagem supra/subgengival, instrução de higiene bucal e extração dentária, além de outras condutas que visam a manutenção da condição bucal satisfatória do paciente, pois pode interferir de forma direta no prognóstico do transplante. Desta maneira, faz-se necessária a presença do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar, com o objetivo de reduzir possíveis complicações nos pacientes portadores de doenças hepáticas, candidatos ou não ao transplante de fígado.