O MANEJO DA GESTAÇÃO DE MULHERES COM DISTÚRBIOS CARDIOVASCULARES
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2023809p343Palavras-chave:
Gestação, Doenças cardiovasculares, Parto, Cardiomiopatia periparto, FetoResumo
A doença cardiovascular é uma condição que compromete entre 1 a 4% das gestações — com maior prevalência quando os distúrbios hipertensivos são incluídos —, sendo a principal causa de morte materna. Em mulheres com patologia cardiovascular conhecida, como cardiopatia congênita, o aconselhamento oportuno é possível e o resultado é razoavelmente bom. Por outro lado, a mortalidade materna é alta em mulheres com doença cardíaca adquirida que se apresenta durante a gravidez, como síndrome coronariana aguda ou dissecção aórtica. Preocupante, a prevalência de doença cardiovascular adquirida durante a gravidez está aumentando à medida que a idade materna avançada, obesidade, diabetes mellitus e hipertensão se tornam mais comuns nas gestantes. O manejo da doença cardiovascular na gravidez é desafiador devido à fisiologia materna única, caracterizada por mudanças profundas em múltiplos órgãos. A presença do feto agrava a situação, pois tanto a doença cardiometabólica quanto seu manejo podem afetar adversamente seu desenvolvimento. Evitar o tratamento essencial, devido a possíveis danos ao feto, também gera um risco adverso adicional para a mãe e o bebê. Compreender de que forma as adaptações fisiológicas durante a gravidez podem provocar complicações cardiometabólicas ou exacerbar uma doença cardiometabólica pré-existente ou mesmo comprometer as adaptações à gravidez e o desenvolvimento e crescimento do feto é extremamente importante para garantir uma futura qualidade de vida para a gestante e seu bebê.