IMPLICAÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS NA PRÁTICA CLÍNICA NO MANEJO DA ESPASTICIDADE COM O USO DE TERAPIAS ALTERNATIVAS
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2023946p279Palavras-chave:
Espasticidade, Paralisia Cerebral, Fisioterapia, CanabidiolResumo
RESUMO
INTRODUÇÃO: A paralisia cerebral é um grupo de transtornos motores não progressivos que afetam o cérebro em desenvolvimento, causando diversos sintomas e problemas musculoesqueléticos secundários, como a espasticidade. A espasticidade trata-se de uma forma de hipertonia muscular que, se não tratada, pode levar a dor, contraturas, deformidades e diminuição da qualidade de vida. Muitas intervenções cirúrgicas tem sido estudadas para melhora da espasticidade, no entanto, algumas podem apresentar custos elevados e efeitos adversos. Nesse cenário, canabinoides são componentes que vêm sendo estudados como possíveis agentes terapêuticos na melhora da dor e espasticidade. OBJETIVO: Analisar as implicações fisioterapêuticas na prática clínica no manejo da espasticidade com o uso de terapias alternativas. MÉTODOS: Revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados desenvolvida com base nas diretrizes PRISMA. A busca foi realizada nas bases de dados PubMed, PeDRO, Scopus, Lilacs, Scielo, Cochrane e os estudos foram selecionados por dois pesquisadores independentes com base nos critérios de inclusão. RESULTADOS: A busca identificou 62 estudos no total. Destes, dez duplicatas foram excluídas, resultando em 52 referências. Após a leitura de título e resumo, 48 estudos foram excluídos sendo 29 revisões, 2 estudos experimentais em modelo animal, 1 comentário, 1 editorial, 11 artigos não estudaram qualquer componente canabinoide e 6 artigos não relacionaram o uso de canabinoides com a PC. No total, 2 estudos foram selecionados para a leitura na íntegra e preencheram os critérios de inclusão do estudo. RESULTADOS: Foram incluídos 2 estudos, com um total de 97 participantes, o tempo de duração variou de 12 semanas a 5 meses e os tipos de intervenção foram óleo enriquecido a 5% de canabis e medicamento canabinoide nabiximol em spray. Os resultados dos estudos foram conflitantes, com uma das pesquisas apresentando melhora enquanto a outra mostrou não ter havido diferença entre os grupos intervenção e controle. CONCLUSÃO: Não há evidências científicas suficientes que permitam afirmar o real benefício da intervenção à base de canabinoides no tratamento da espasticidade em pacientes neurológicos com paralisia cerebral.