A INTERAÇÃO COMPLEXA ENTRE O DIAGNÓSTICO DE DOENÇA AUTOIMUNE E O RISCO DE COMPROMETIMENTO CARDIOVASCULAR
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2024264p629Palavras-chave:
Doenças autoimunes, Autoimunidade, Aterosclerose, Inflamação, Doenças cardiovascularesResumo
As doenças autoimunes (DA) representam um amplo espectro de condições crônicas que podem afetar órgãos-alvo específicos ou múltiplos sistemas, com um impacto significativo na qualidade de vida. Essas condições apresentam mecanismos comuns, incluindo fatores genéticos, disparidade de gênero, gatilhos ambientais, anormalidades fisiopatológicas e certos subfenótipos. A aterosclerose (AT) já foi considerada uma doença degenerativa consequente do envelhecimento. No entanto, estudos publicados nas últimas décadas mostraram que a AT não é degenerativa ou inevitável, mas sim uma doença autoimune inflamatória associada a fatores infecciosos e inflamatórios. É caracterizada por alteração do metabolismo das lipoproteínas, que leva à ativação do sistema imunológico e proliferação de células musculares lisas, estreitamento de artérias e formação de ateroma. Foi proposto que mecanismos imunológicos humorais e celulares participam do aparecimento e/ou progressão de lesões ateromatosas. Nos últimos anos, pesquisas abordaram o contexto imunológico da AT, que partilha várias vias autoimunes, e pode ser identificada em muitas DA. Desde então, a relação de DA e doenças cardíacas vem sendo estabelecida, representando mais um marco na complexidade característica da autoimunidade.