AMILOIDOSE CARDÍACA E CARDIOLOGIA: ESTRATÉGIAS PARA UM DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO OTIMIZADO
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025820p400Palavras-chave:
Amiloidose cardíaca, Cardiomiopatias, Diagnóstico por imagem, Depósitos de amiloide, Terapia molecularResumo
A amiloidose cardíaca é uma condição progressiva e frequentemente subdiagnosticada, caracterizada pelo depósito extracelular de fibrilas amiloides no miocárdio, levando a disfunção cardíaca. Os dois principais tipos de amiloidose que afetam o coração são a amiloidose por transtirretina (ATTR), que pode ser hereditária ou tipo selvagem, e a amiloidose AL, associada a discrasias plasmocitárias. A cardiologia desempenha um papel essencial na identificação precoce da doença, no diagnóstico diferencial e no manejo clínico. O ecocardiograma, a ressonância magnética cardíaca com realce tardio por gadolínio e a cintilografia com radioisótopos específicos tornaram-se ferramentas fundamentais para a detecção da amiloidose cardíaca, muitas vezes reduzindo a necessidade de biópsia endomiocárdica. O tratamento da amiloidose cardíaca avançou consideravelmente nos últimos anos. No caso da amiloidose AL, a terapêutica baseia-se na supressão do clone plasmocitário por meio de quimioterapia e transplante de células-tronco hematopoiéticas. Já na amiloidose ATTR, novos fármacos como tafamidis e patisiran demonstraram impacto na estabilização ou redução da progressão da doença, melhorando a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes. Além do tratamento específico, a abordagem cardiológica envolve o manejo das complicações associadas, como insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, arritmias e distúrbios de condução. O seguimento multidisciplinar é importante para otimizar os desfechos clínicos. O reconhecimento da amiloidose cardíaca como uma causa relevante de insuficiência cardíaca, especialmente em idosos e pacientes com hipertrofia ventricular inexplicada, reforça a importância da cardiologia na investigação e no encaminhamento adequado desses casos. A conscientização sobre a doença e a incorporação de novas ferramentas diagnósticas podem contribuir para um diagnóstico mais precoce e um tratamento mais eficaz, impactando significativamente a morbimortalidade dos pacientes.

