DAS RUAS DA FAVELA ÀS FILEIRAS DA FORÇA AÉREA
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025837p217Palavras-chave:
Memorial, Trajetória, Força aéreaResumo
Neste capítulo, Beatriz narra sua trajetória de vida desde a infância na Cidade de Deus, comunidade marcada pela violência e desigualdades, até sua conquista de um cargo de gestão na Força Aérea Brasileira. Criada pelos avós, que valorizavam profundamente a educação, aprendeu desde cedo que o conhecimento era a chave para transformar sua realidade.
Mesmo diante de dificuldades como escassez de recursos, preconceito e violência, manteve-se firme nos estudos. Estudou em escola pública, casou-se aos 18 anos, teve um filho aos 19 e ingressou na faculdade de Pedagogia como bolsista, sendo a primeira da família a entrar no ensino superior. Apesar das limitações financeiras, persistiu com coragem e fé.
Movida pelo desejo de representar sua comunidade e servir ao país, enfrentou o desafiador processo seletivo da Força Aérea. Superou etapas acadêmicas, físicas e emocionais, preparando-se com esforço e resiliência. Quando finalmente aprovada, sentiu-se vitoriosa por tudo o que sua conquista representava.
Designada para o Colégio Brigadeiro Newton Braga (CBNB), atuou inicialmente na coordenação pedagógica e, posteriormente, assumiu um cargo de gestão. Descobriu que educar, naquele contexto, era mais do que transmitir conhecimento: era formar cidadãos, ensinar valores e inspirar outros a superarem limites.
Hoje, Beatriz reconhece o valor de cada passo percorrido. Sua história é uma poderosa prova de que a educação transforma vidas. De menina da favela a oficial da FAB, ela carrega consigo o legado de seus avós, o amor de sua família e o compromisso de ser exemplo para quem, como ela, ousa sonhar grande. Seu testemunho é um tributo à fé, à força da educação e à coragem de não aceitar limites impostos pela origem.

