INTERVENÇÃO INFLAMATÓRIA NA ATEROSCLEROSE: ATUALIZAÇÕES EM TERAPÊUTICA CARDIOVASCULAR

Autores

  • André de Caires Milet
  • Diego Viana Sepulveda
  • José Vicente Tonin Junior Tonin Junior
  • João Victor Scardini Moreira
  • Lilian Cavalheiro de Almeida
  • Natália Raissa Dias de Oliveira
  • Rosecleide Meneses dos Santos Vitorini
  • Wesley de Farias Silva
  • Angela Cristina Ramos Guimarães de Faria
  • Roberto de Oliveira Junior

DOI:

https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p118

Palavras-chave:

Aterosclerose, Anti-inflamatórios, Inflamação, Doenças cardiovasculares, Terapêutica medicamentosa

Resumo

A aterosclerose, tradicionalmente compreendida como uma doença lipídica, tem sido cada vez mais reconhecida como um processo inflamatório crônico que envolve mecanismos imunológicos complexos. Essa mudança de paradigma tem impulsionado o desenvolvimento e a investigação de terapias anti-inflamatórias como estratégias complementares ao controle lipídico. Nos últimos anos, ensaios clínicos como o CANTOS, que avaliou o canaquinumabe – um anticorpo monoclonal contra a interleucina-1? – demonstraram redução significativa em eventos cardiovasculares maiores independentemente da redução de LDL-colesterol, consolidando o papel da inflamação como alvo terapêutico. Outros agentes, como a colchicina em baixas doses, mostraram-se eficazes na redução de desfechos isquêmicos em pacientes com doença coronariana estável ou após infarto agudo do miocárdio, como evidenciado pelo estudo LoDoCo2. A segurança relativa, o baixo custo e a disponibilidade da colchicina a tornam particularmente atrativa na prática clínica, embora efeitos colaterais gastrointestinais e o risco de interações medicamentosas exijam atenção. Além disso, inibidores da IL-6 e antagonistas do receptor da IL-1 estão sendo investigados em fases mais precoces da aterosclerose. A abordagem personalizada da terapia anti-inflamatória, baseada em marcadores como a proteína C-reativa de alta sensibilidade, tem potencial para otimizar os benefícios clínicos e reduzir riscos. Esses avanços reforçam a necessidade de incorporar a avaliação do estado inflamatório na estratificação de risco cardiovascular e nas decisões terapêuticas. No entanto, a definição dos perfis ideais de pacientes, o tempo de tratamento e a segurança a longo prazo ainda são desafios em aberto. O futuro da terapêutica anti-inflamatória na aterosclerose parece promissor, mas exige integração cuidadosa com as diretrizes já consolidadas de prevenção e tratamento cardiovascular.

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Publicado

2025-06-05

Como Citar

Milet, A. de C. ., Sepulveda, D. V. ., Tonin Junior, J. V. T. J., Moreira, J. V. S. ., Almeida, L. C. de ., Oliveira, N. R. D. de ., Vitorini, R. M. dos S. ., Silva, W. de F. ., Faria, A. C. R. G. de ., & Oliveira Junior, R. de . (2025). INTERVENÇÃO INFLAMATÓRIA NA ATEROSCLEROSE: ATUALIZAÇÕES EM TERAPÊUTICA CARDIOVASCULAR. Epitaya E-Books, 1(104), 118-133. https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p118

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