POTENCIAIS TERAPÊUTICOS DO RNA EM CARDIOLOGIA: UMA NOVA FRONTEIRA NO MANEJO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p134Palavras-chave:
Terapia com RNA, Doenças cardiovasculares, Interferência por RNA, RNA mensageiro, Terapia genéticaResumo
As doenças cardiovasculares (DCVs) continuam sendo a principal causa de morbidade e mortalidade no mundo, motivando a busca por terapias mais eficazes e personalizadas. Nos últimos anos, as terapias baseadas em RNA têm emergido como uma estratégia promissora para o tratamento de diversas condições cardiovasculares. Essas abordagens envolvem o uso de diferentes tipos de RNA, como RNA mensageiro (mRNA), RNA de interferência (RNAi), microRNA (miRNA) e oligonucleotídeos antisense, para modular a expressão gênica de maneira precisa. O avanço da biotecnologia e o desenvolvimento de sistemas de entrega mais seguros e eficientes permitiram a aplicação clínica de algumas dessas terapias, com resultados iniciais encorajadores. Entre os alvos terapêuticos estudados estão genes relacionados à dislipidemia, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e aterosclerose. Um exemplo notável é o uso de RNAi para inibir a expressão da proteína PCSK9, envolvida na regulação dos níveis de colesterol LDL, demonstrando eficácia na redução de eventos cardiovasculares. Além disso, terapias com miRNA têm mostrado potencial para regular processos inflamatórios, remodelamento cardíaco e angiogênese, fundamentais na fisiopatologia das DCVs. Apesar do progresso, desafios como a imunogenicidade, a estabilidade das moléculas de RNA e a especificidade da entrega ainda limitam a aplicação generalizada dessas terapias. Ensaios clínicos em andamento buscam validar a segurança e a eficácia dessas abordagens em populações maiores e em diferentes contextos clínicos. A perspectiva futura inclui o desenvolvimento de terapias combinadas, uso de RNA em edição gênica e estratégias personalizadas com base no perfil genético dos pacientes. Em resumo, as terapias com RNA representam uma fronteira inovadora na cardiologia, com o potencial de transformar a abordagem terapêutica das DCVs. A compreensão aprofundada dos mecanismos moleculares envolvidos e a superação dos desafios técnicos são fundamentais para a consolidação dessas terapias como parte do arsenal clínico na prática médica cardiovascular.

