INIBIDORES DE PCSK9: IMPACTOS NO CONTROLE DO LDL E POTENCIAIS APLICAÇÕES CLÍNICAS EMERGENTES
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p151Palavras-chave:
Proproteína Convertase Subtilisina/quexina Tipo 9, Inibidores de PCSK9, Hipercolesterolemia, Neoplasias, SepseResumo
A proproteína convertase subtilisina/quexina tipo 9 (PCSK9) é uma enzima hepática essencial na regulação dos níveis plasmáticos de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C). Ao promover a degradação dos receptores de LDL (LDL-R) nos hepatócitos, a PCSK9 reduz a depuração do LDL-C circulante. Os inibidores de PCSK9, como os anticorpos monoclonais evolocumabe e alirocumabe, bloqueiam essa interação, preservando os LDL-R e promovendo a redução acentuada do LDL-C, com benefícios clínicos comprovados na prevenção de eventos cardiovasculares. Além das dislipidemias, novas evidências sugerem que a PCSK9 está envolvida em outros processos fisiopatológicos, ampliando seu potencial terapêutico. Na oncologia, estudos indicam que a PCSK9 pode modular o microambiente tumoral, afetando a apresentação de antígenos e a resposta imune antitumoral. Sua inibição pode favorecer a eficácia de terapias imunológicas, representando uma nova estratégia adjuvante no tratamento de alguns tipos de câncer. Em doenças infecciosas, como sepse e infecções virais, a PCSK9 também tem papel relevante. Ela influencia a expressão de receptores envolvidos na depuração de lipopolissacarídeos (LPS) e outras moléculas pró-inflamatórias, podendo impactar a resposta inflamatória sistêmica e a gravidade do quadro séptico. Em infecções virais, há indícios de que a PCSK9 modula a expressão de receptores de entrada viral, como o LDL-R, que alguns vírus utilizam para invadir células hospedeiras. Tais achados abrem perspectivas para o uso de inibidores de PCSK9 além da cardiologia, especialmente em contextos inflamatórios, infecciosos e oncológicos. A via subcutânea de administração e o perfil de segurança favorável contribuem para sua aplicabilidade clínica. Embora o custo ainda represente um desafio, o contínuo avanço nas pesquisas pode consolidar o papel da PCSK9 como alvo terapêutico multifuncional.

