DOENÇA DE FABRY: ASPECTOS CARDIOVASCULARES DE UMA DOENÇA DE DEPÓSITO LISOSSÔMICO

Autores

  • Aluisio Proença dos Santos
  • Fabio de Jesus Ferreira Amaral
  • Glória Elizabete dos Santos Braga
  • Juliana Mendes de Mattos
  • Manuel Dominguez de La Cruz
  • Patricia Faversani Rodrigues Nunes
  • Thiago Augusto Costa
  • Isabela Martins Sgarbi Mancini
  • Marcelo Augusto de Souza Maciel
  • Carlos Arturo Molina Ospino

DOI:

https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p326

Palavras-chave:

Doença de Fabry, Cardiopatias, Armazenamento de lipídios, Enzimas lisossômicas, Diagnóstico precoce

Resumo

A Doença de Fabry é uma enfermidade genética rara, de herança ligada ao cromossomo X, causada pela deficiência ou ausência da enzima alfa-galactosidase A. Essa deficiência leva ao acúmulo progressivo de glicoesfingolipídeos, principalmente globotriaosilceramida (Gb3), em diversas células do organismo, incluindo endotélio vascular, cardiomiócitos e células do sistema nervoso. O comprometimento cardiovascular é uma das manifestações mais graves e comuns da Doença de Fabry, sendo uma importante causa de morbimortalidade nos pacientes afetados.No coração, o acúmulo de Gb3 pode levar a hipertrofia ventricular esquerda, disfunção diastólica, arritmias e cardiomiopatias. A apresentação clínica frequentemente se confunde com outras condições cardíacas mais prevalentes, dificultando o diagnóstico precoce. Em muitos casos, os sintomas cardíacos se manifestam antes mesmo do diagnóstico da doença, o que reforça a importância da suspeita clínica em indivíduos com histórico familiar, hipertrofia miocárdica inexplicada e sintomas multissistêmicos.A progressão do comprometimento cardíaco na Doença de Fabry pode culminar em insuficiência cardíaca e morte súbita. O envolvimento vascular também é significativo, com risco aumentado de acidente vascular cerebral e outras complicações isquêmicas. A ressonância magnética cardíaca e a biópsia endomiocárdica são ferramentas úteis no diagnóstico e acompanhamento do dano cardíaco.O tratamento específico com reposição enzimática ou chaperonas farmacológicas pode reduzir o acúmulo de Gb3 e atenuar as manifestações clínicas, especialmente quando iniciado precocemente. No entanto, a eficácia no controle das alterações cardiovasculares ainda é limitada em fases avançadas da doença, sendo fundamental o diagnóstico precoce e a abordagem multidisciplinar. A vigilância cardiológica contínua e individualizada é essencial para o manejo adequado dos pacientes com Doença de Fabry.

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Publicado

2025-06-05

Como Citar

Santos, A. P. dos ., Amaral, F. de J. F. ., Braga, G. E. dos S. ., Mattos, J. M. de ., La Cruz, M. D. de ., Nunes, P. F. R. ., Costa, T. A. ., Mancini, I. M. S. ., Maciel, M. A. de S. ., & Ospino, C. A. M. . (2025). DOENÇA DE FABRY: ASPECTOS CARDIOVASCULARES DE UMA DOENÇA DE DEPÓSITO LISOSSÔMICO. Epitaya E-Books, 1(104), 326-347. https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p326

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