DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2023908p47Palavras-chave:
Doenças Tropicais Negligenciadas, Covid-19, PandemiasResumo
No Brasil, a pandemia de Covid-19 teve impacto significativo no acompanhamento, rastreamento e tratamento das Doenças Tropicais Negligenciadas, levando a um aumento da mortalidade, apesar da diminuição das internações por essas doenças. Desta forma, o presente estudo apresenta o objetivo de descrever as evidências científicas acerca da incidência progressiva de novos casos de doenças tropicais negligenciadas durante o período pandêmico causado pelo Sars-Cov-2. Trata-se de um estudo de revisão exploratória e narrativa da literatura a partir de artigos científicos encontrados nas bases de dados eletrônicas e revistas diversas, bem como livros e outros meios científicos. Constatou-se um crescimento de registros de mortes por leishmaniose visceral (32,64%), leptospirose (38,98%), malária (82,55%) e dengue (14,26%). Entretanto, mesmo com o aumento considerável na mortalidade por conta destas enfermidades, observou-se uma redução no número de internações, no mesmo período, por essas mesmas doenças, com quedas de 32,87% na leishmaniose visceral e de 43,59% na leptospirose. Já a dengue registrou aumento de 29,51% nas internações e de 14,26% na taxa de mortalidade. A pandemia de Covid-19 trouxe consigo impactos para as notificações de doenças (o que pode levar à uma alta de casos nesse período de pós-pandemia) e a dificuldade no atendimento em relação às Doenças Tropicais Negligenciadas por todo o país, resultando em uma queda no número de internações, seguida de um aumento na mortalidade. Ressalta-se a necessidade de investimento em promoção e prevenção na saúde, principalmente quando se trata de doenças tropicais e sazonais, além de melhoria das condições sanitárias da população que vive em zona de risco, visto que a falta de saneamento básico promove o aumento de casos dessas enfermidades.