AVANÇOS NA COMPREENSÃO DAS DISLIPIDEMIAS E A INFLUÊNCIA DO COLESTEROL RESIDUAL NO RISCO CARDIOVASCULAR
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025820p580Palavras-chave:
Dislipidemias, Colesterol LDL, Triglicerídeos, Lipoproteínas, AteroscleroseResumo
O gerenciamento das dislipidemias tem sido tradicionalmente focado na redução do colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade) como estratégia primária para a prevenção de eventos cardiovasculares. No entanto, evidências crescentes indicam que outros componentes lipídicos, como o colesterol residual, desempenham um papel significativo no risco cardiovascular, especialmente em pacientes com dislipidemia aterogênica. O colesterol residual, presente nas lipoproteínas ricas em triglicerídeos (VLDL e remanescentes de quilomícrons), tem sido associado ao desenvolvimento e progressão da aterosclerose, independentemente dos níveis de LDL. Estudos indicam que indivíduos com níveis elevados de colesterol residual apresentam maior risco de eventos cardiovasculares, mesmo quando os valores de LDL estão dentro da faixa-alvo recomendada. Além disso, em pacientes com síndrome metabólica e diabetes tipo 2, a presença de lipoproteínas remanescentes contribui para um estado pró-inflamatório e pró-trombótico, aumentando ainda mais o risco cardiovascular. Diante desse cenário, novas abordagens terapêuticas vêm sendo exploradas para otimizar o manejo das dislipidemias. O uso de terapias combinadas, como estatinas associadas a inibidores da PCSK9, fibratos e ômega-3, tem se mostrado promissor na redução do colesterol residual e dos triglicerídeos, melhorando o perfil lipídico global. Além disso, estratégias dietéticas e mudanças no estilo de vida continuam a desempenhar um papel fundamental na redução da carga lipídica aterogênica. O reconhecimento do colesterol residual como um fator de risco cardiovascular independente reforça a necessidade de uma abordagem mais abrangente no tratamento das dislipidemias. A implementação de novos marcadores lipídicos na prática clínica pode auxiliar na identificação de pacientes com maior risco residual, permitindo intervenções mais personalizadas e eficazes. Dessa forma, o foco no gerenciamento da dislipidemia deve ir além da simples redução do LDL, integrando a avaliação e o controle do colesterol residual como parte essencial da prevenção cardiovascular.

