TRATAMENTO PERCUTÂNEO DA INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE: EVIDÊNCIAS RECENTES E DESAFIOS CLÍNICOS
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p362Palavras-chave:
Regurgitação da válvula tricúspide, Procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, Cateterismo cardíaco, Válvula tricúspide, Insuficiência cardíaca direitaResumo
A regurgitação da válvula tricúspide (RVT) é uma condição frequentemente negligenciada, mas com impacto clínico significativo, especialmente em pacientes com doença cardíaca avançada. Tradicionalmente, o tratamento cirúrgico era a principal opção terapêutica, porém está associado a alta morbimortalidade, sobretudo em pacientes com comorbidades. Nesse contexto, os procedimentos percutâneos emergem como uma alternativa promissora, menos invasiva e com resultados cada vez mais encorajadores. O tratamento percutâneo da RVT inclui diferentes abordagens, como a anuloplastia transcateter, os dispositivos de coaptação de folhetos e as próteses valvares heterotópicas. A escolha da técnica depende de fatores anatômicos, etiologia da regurgitação (primária ou secundária), grau de dilatação do anel tricúspide e função ventricular direita. Entre as tecnologias mais utilizadas, destaca-se o sistema de clip transcateter, adaptado da experiência com a válvula mitral, que promove redução significativa da regurgitação com melhora clínica e funcional dos pacientes. Estudos recentes demonstram melhora nos desfechos clínicos, como redução de hospitalizações por insuficiência cardíaca, melhora da classe funcional da New York Heart Association (NYHA) e da qualidade de vida. Ainda assim, desafios persistem, como a seleção adequada de pacientes, a complexidade anatômica da válvula tricúspide e a carência de evidências robustas a longo prazo. O avanço das técnicas e dispositivos, aliado à maior conscientização sobre a importância da intervenção precoce na RVT, tem impulsionado o desenvolvimento da terapêutica percutânea. A abordagem multidisciplinar e a individualização do tratamento são fundamentais para o sucesso da intervenção. Embora ainda em evolução, o tratamento percutâneo da regurgitação tricúspide representa uma mudança de paradigma na cardiologia intervencionista, oferecendo nova esperança para pacientes previamente considerados inoperáveis ou de alto risco cirúrgico.

