STENTS FARMACOLÓGICOS DE PRIMEIRA À TERCEIRA GERAÇÃO: O QUE MUDOU NA PRÁTICA CARDIOLÓGICA?
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p185Palavras-chave:
Stents farmacológicos, Doença arterial coronariana, Angioplastia coronária, Reestenose, Terapia antiplaquetáriaResumo
A evolução dos stents farmacológicos representa um marco significativo na cardiologia intervencionista, especialmente no tratamento da doença arterial coronariana. Inicialmente, os stents metálicos simples, foram desenvolvidos para reduzir a oclusão arterial após a angioplastia com balão. Apesar de sua eficácia inicial, apresentavam altas taxas de reestenose por hiperplasia neointimal. Como resposta a essa limitação, surgiram os stents farmacológicos de primeira geração, que consistiam em uma estrutura metálica revestida com fármacos antiproliferativos, como o sirolimus, os quais inibiam a proliferação celular responsável pela reestenose. Embora tenham reduzido significativamente as taxas de reestenose, os stents de primeira geração apresentaram desafios como a trombose tardia do stent, exigindo maior tempo de terapia antiplaquetária. A partir dessas observações, foram desenvolvidos os stents farmacológicos de segunda e terceira gerações, com melhorias tanto nos polímeros utilizados para liberar os medicamentos quanto nos próprios fármacos. Os novos dispositivos passaram a usar polímeros biodegradáveis ou até mesmo estruturas completamente reabsorvíveis, além de drogas mais eficazes e seguras. Essas inovações resultaram em maior biocompatibilidade, menor resposta inflamatória e redução significativa nos eventos adversos relacionados ao implante. Mais recentemente, surgiram tecnologias que visam personalizar a terapia de acordo com o perfil do paciente. Nesse contexto, a nanotecnologia tem se destacado como uma ferramenta promissora para a próxima geração de stents farmacológicos. Por meio dela, é possível desenvolver superfícies com propriedades otimizadas, capazes de controlar de forma precisa a liberação de medicamentos, melhorar a adesão endotelial e reduzir a resposta inflamatória. Estruturas em nanoescala permitem uma interação mais eficaz com as células e tecidos, favorecendo a cicatrização vascular e diminuindo os riscos de trombose e reestenose. Além disso, pesquisas avançam no uso de nanomateriais biodegradáveis e inteligentes, que respondem a estímulos específicos do microambiente vascular. Dessa forma, a nanotecnologia representa um novo paradigma para o design de stents mais seguros, eficientes e personalizados, ampliando as possibilidades terapêuticas e contribuindo para melhores desfechos clínicos na cardiologia intervencionista.

