ESTRESSE OXIDATIVO E DOENÇAS CARDIOVASCULARES: O PAPEL DOS ANTIOXIDANTES NA PRÁTICA CARDIOLÓGICA
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p261Palavras-chave:
Doenças cardiovasculares, Estresse oxidativo, Antioxidantes, Disfunção endotelial, Espécies reativas de oxigênioResumo
As doenças cardiovasculares (DCVs) permanecem como a principal causa de morbimortalidade no mundo, sendo fortemente associadas a fatores como hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes mellitus, tabagismo e sedentarismo. A compreensão da fisiopatologia dessas doenças tem avançado consideravelmente, e um dos mecanismos centrais envolvidos em sua progressão é o estresse oxidativo. Este ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e a capacidade antioxidante do organismo, promovendo lesão celular, inflamação crônica e disfunção endotelial – eventos-chave na aterogênese. Nesse contexto, os antioxidantes vêm ganhando atenção crescente na cardiologia preventiva e terapêutica. Substâncias antioxidantes, sejam endógenas (como a glutationa e enzimas como superóxido dismutase e catalase) ou exógenas (vitaminas C e E, polifenóis, carotenoides, entre outros), atuam neutralizando as EROs, reduzindo o dano oxidativo aos tecidos cardiovasculares. Estudos experimentais e clínicos têm mostrado que dietas ricas em compostos antioxidantes – como a dieta mediterrânea – estão associadas à redução do risco cardiovascular. Além disso, há evidências promissoras sobre o papel de certos suplementos antioxidantes em populações específicas, embora ainda existam controvérsias quanto à sua eficácia isolada e segurança em longo prazo. Compreender a interação entre estresse oxidativo, inflamação e disfunção endotelial, portanto, é essencial para adotar estratégias terapêuticas mais eficazes e integradas. A abordagem antioxidante, conjuntamente com mudanças no estilo de vida e ao controle rigoroso dos fatores de risco, pode representar um importante aliado na prevenção primária e secundária das DCVs. No entanto, é importante a análise crítica das evidências disponíveis, a fim de evitar a prescrição indiscriminada de suplementos, e promover a orientação baseada em hábitos alimentares e comportamentais sustentáveis e cientificamente embasados.

