PRIVAÇÃO DE SONO COMO FATOR DE RISCO CARDIOVASCULAR: EVIDÊNCIAS E MECANISMOS

Autores

  • Arquimedes de Sousa Ferreira
  • Emanuel Ximenes Silvino Evangelista
  • Gilberto Ferreira da Silva Neto
  • Joyci Mara Malizan
  • Luiza Pessoa Soares Oliveira
  • Patrícia Costa de Almeida
  • Thamiris Makarem Nadaf Akel Thomaz de Lima
  • Felipe Monteiro Ayres
  • Gabriele Gianfelice
  • João Paulo Santos da Rosa

DOI:

https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p310x

Palavras-chave:

Privação de Sono, Doenças Cardiovasculares, Fatores de Risco, Qualidade do Sono, Higiene do Sono

Resumo

A privação de sono tem sido amplamente reconhecida como um fator de risco significativo para diversas condições de saúde, incluindo doenças cardiovasculares. Estudos recentes demonstram que a redução crônica do tempo de sono ou a má qualidade do sono estão associadas a alterações fisiológicas e metabólicas, que favorecem o desenvolvimento de hipertensão arterial, aterosclerose, disfunções endoteliais, além de aumento da atividade simpática e níveis elevados de cortisol. Esses mecanismos contribuem diretamente para o aumento do risco de eventos cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. Além disso, a privação de sono afeta negativamente a regulação do metabolismo glicêmico e lipídico, elevando a resistência à insulina e os níveis de colesterol LDL, o que potencializa os fatores de risco tradicionais para doenças cardiovasculares. Estudos epidemiológicos evidenciam uma correlação entre curta duração do sono – geralmente definida como menos de 6 horas por noite – e maior incidência de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. Por outro lado, o sono fragmentado e de má qualidade, mesmo com duração aparentemente adequada, também exerce efeitos deletérios semelhantes. A privação de sono pode ainda desencadear respostas inflamatórias sistêmicas, com aumento de marcadores inflamatórios, contribuindo para o processo aterogênico. A conscientização sobre a importância do sono como pilar da saúde cardiovascular é essencial tanto na prática clínica quanto na saúde pública. Estratégias de promoção do sono adequado devem ser integradas às medidas de prevenção cardiovascular, com incentivo a hábitos saudáveis de sono, manejo do estresse e avaliação de distúrbios do sono, como apneia obstrutiva. Dessa forma, reconhecer o impacto da privação de sono como um fator modificável pode contribuir significativamente para a redução da carga global de doenças cardiovasculares.

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Publicado

2025-06-05

Como Citar

Ferreira, A. de S. ., Evangelista, E. X. S. ., Silva Neto, G. F. da ., Malizan, J. M. ., Oliveira, L. P. S. ., Almeida, P. C. de ., Lima, T. M. N. A. T. de ., Ayres, F. M. ., Gianfelice, G. ., & Rosa, J. P. S. da . (2025). PRIVAÇÃO DE SONO COMO FATOR DE RISCO CARDIOVASCULAR: EVIDÊNCIAS E MECANISMOS. Epitaya E-Books, 1(104), 310-325. https://doi.org/10.47879/ed.ep.2025936p310x

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