CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA: INDICAÇÕES E LIMITAÇÕES

Autores

  • Amanda Oliveira Verbena
  • Lara Urives Rosa
  • Welintton Duran
  • Mariana Malagutti Vieira

DOI:

https://doi.org/10.47879/ed.ep.202500026p.31

Palavras-chave:

CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA, INDICAÇÕES, LIMITAÇÕES

Resumo

A contracepção de emergência (CE) é um recurso importante para prevenir a gravidez indesejada após uma relação sexual desprotegida ou falha do método contraceptivo habitual. Embora segura e eficaz, seu uso ainda é cercado de mitos, desinformação e acesso limitado em algumas regiões.

O conhecimento das indicações corretas e das limitações da CE é essencial para garantir seu uso racional, eficaz e ético. Dentre as opções disponíveis, destacam-se os contraceptivos hormonais de emergência (levonorgestrel e ulipristal) e o dispositivo intrauterino de cobre (DIU-Cu), considerado o método mais eficaz. Este capítulo tem por objetivo apresentar uma síntese sobre os principais aspectos da CE, abordando seu uso clínico, eficácia, limitações e recomendações.

Foi realizada uma revisão narrativa da literatura por meio das bases de dados SciELO, BVS e PubMed, com foco em diretrizes nacionais e internacionais, revisões sistemáticas e estudos de base populacional publicados nos últimos dez anos. Os descritores utilizados foram: “contracepção de emergência”, “anticoncepção pós-coital” e “planejamento familiar”.

Foram incluídos documentos em português e inglês com acesso aberto e conteúdo relevante para profissionais da saúde. A contracepção de emergência é indicada em casos de relação sexual sem proteção; estupro; rompimento ou deslizamento do preservativo, esquecimento de pílulas anticoncepcionais combinadas por mais de 2 dias ou da minipílula por mais de 3 horas, expulsão ou deslocamento de DIU.

Existem duas principais categorias de métodos de CE: os hormonais e os não hormonais. O levonorgestrel (1,5 mg em dose única ou 0,75 mg em duas doses com 12h de intervalo) é o método mais utilizado no Brasil, sendo eficaz até 72 horas após a relação, com eficácia reduzida após esse período. O ulipristal acetato (30 mg) pode ser utilizado até 5 dias após o coito, com maior eficácia, principalmente em mulheres com IMC elevado. O DIU de cobre pode ser inserido até 5 dias após a relação desprotegida, sendo a forma mais eficaz de CE, com taxa de falha inferior a 1%.

No entanto, sua utilização depende da disponibilidade do serviço e da avaliação ginecológica. Limitações da CE incluem a sua ineficácia após a implantação do embrião, a possível redução da eficácia em mulheres com sobrepeso ou obesidade, além do fato de não proteger contra infecções sexualmente transmissíveis.

A CE não deve ser utilizada como método contraceptivo regular, sendo indicada apenas em situações emergenciais. A contracepção de emergência é uma ferramenta fundamental para a saúde reprodutiva, oferecendo uma segunda chance de evitar a gravidez em situações imprevistas.

O conhecimento das indicações, eficácia e limitações dos métodos é essencial para a boa prática clínica. O acesso facilitado, a orientação adequada e a desmistificação do tema junto à população são medidas urgentes para garantir sua efetividade como política de saúde pública.

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Publicado

2025-08-12

Como Citar

Verbena, A. O. ., Rosa, L. U. ., Duran, W. ., & Vieira, M. M. . (2025). CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA: INDICAÇÕES E LIMITAÇÕES. Epitaya E-Books, 1(107), 31-32. https://doi.org/10.47879/ed.ep.202500026p.31

Edição

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