Discursos Afrocentrados na Literatura Infantojuvenil Contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2022427p60Palavras-chave:
discursos afrocentrados, literatura infantojuvenil, cultura afro-brasileiraResumo
Quando se fala na literatura infantojuvenil, os exemplos mais comuns são os clássicos dos Irmãos Grimm, Fontaine, Perrault e Esopo. Isso mostra como, em suas origens, muitos dos contos de fadas que eram divulgados na sociedade brasileira buscavam resgatar características culturais que, à época, no Brasil, em muitos buscavam imitar a sociedade europeia oitocentista. A Lei 10.639/03 – posteriormente alterada para lei 11.645/08 – torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, deixando evidente que foi necessária uma lei para que assim nossas crianças negras tivessem acesso às histórias dos seus antepassados. Este artigo contextualiza a literatura afro centrada, não somente para externar às crianças o poder da negritude, mas, também, para ressaltar o valor histórico que a cultura negra carrega. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, propomos aqui discussões sobre a obra literária, espécie de discurso hegemônico por natureza, e como determinadas visões de mundo são propagadas, enquanto outras, silenciadas. Para aprofundar a discussão, apresentamos e analisamos a obra O Black Power de Akin, de Kiusam de Oliveira. A discussão sobre uma literatura infantojuvenil de matriz afro-brasileira é fundamental, dentro e fora do espaço escolar, de modo a utilizar o espaço do lúdico, da fantasia e da imaginação para introduzir, nas mais tenras idades, questões que até os dias de hoje são discutidas na contemporaneidade.