O COMPROMETIMENTO DAS FUNÇÕES CARDÍACAS CAUSADO PELAS DOENÇAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS
DOI:
https://doi.org/10.47879/ed.ep.2023809p365Palavras-chave:
Doenças autoimunes, Doenças cardiovasculares, Aterosclerose, Lúpus eritematoso sistêmico, Artrite reumatoideResumo
As doenças autoimunes correspondem a um amplo espectro de condições crônicas que podem afetar órgãos-alvo específicos ou múltiplos sistemas, comprometendo de forma significativa a qualidade de vida de homens e mulheres de diferentes faixas etárias. Essas condições têm mecanismos comuns, incluindo fatores genéticos e epigenéticos, disparidade de gênero, gatilhos ambientais, anormalidades fisiopatológicas e determinados subfenótipos. As manifestações cardíacas causados pelas doenças autoimunes são complexas. O mecanismo que compromete a função cardíaca não é claro, sendo relacionado a uma combinação de distúrbios regulatórios autoimunes e inflamação crônica. A deposição de imunocomplexos em diferentes áreas do coração pode causar reações inflamatórias autoimunes e ativar o sistema complemento do organismo. O estresse oxidativo provocado pela inflamação crônica, juntamente com o aumento da atividade dos fibroblastos, induzido por citocinas, por exemplo, pode ocasionar um depósito de colágeno no miocárdio e fibrose intersticial do miocárdio. A inflamação crônica também gera um acúmulo de monócitos no sangue e promove a regulação positiva de moléculas de adesão intercelular, a liberação de citocinas pró-inflamatórias e a produção de enzimas que degradam a matriz. Isso leva à disfunção endotelial vascular e início precoce da aterosclerose coronária. O mecanismo e a extensão do envolvimento cardíaco variam nas doenças autoimunes, o que resulta em fisiopatologia e manifestações clínicas variadas. Compreender o que já foi descoberto sobre esse assunto permite prevenir e tratar de forma correta possíveis danos ao sistema cardiovascular em pacientes diagnosticados com alguma doença autoimune.